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Viagem à Polônia

Viagem à Polônia

Viagem à Polônia (1924) foi concebido a partir de uma viagem financiada pelo jornal alemão Vossische Zeitung, que publicou alguns dos textos ainda durante o percurso, e pela editora S. Fischer Verlag, responsável pela edição posterior em livro. Mais do que um registro documental, a obra combina o retrato multifacetado de uma jovem república com a experiência de um autor formado nos paradigmas iluministas da razão e da ciência e que, diante das tradições judaicas do Leste Europeu, se vê colocado à prova. Döblin se aproxima desse universo com olhar de etnógrafo: participa de rituais religiosos, escuta mestres cabalistas, percorre guetos e sinagogas. Assume como princípio a neutralidade, não deseja se deixar conduzir por idealizações ou respostas políticas prontas. Ao contrário de Martin Buber ou Stefan Zweig, que projetaram sobre os judeus da Polônia um mito do “Oriente judaico”, Döblin procura uma objetividade crítica, sensível às contradições e ambiguidades. O livro inspirou escritores e jornalistas que visitaram a Polônia muitas décadas depois, entre eles Hans Magnus Enzensberger e Reto Hänny. Com riqueza de informações e imagens de um mundo que já não existe, Viagem à Polônia permanece como um marco no gênero relato de viagem, além de um testemunho incontornável dos dilemas judaicos diante da modernidade.

R$ 86,00 R$ 68,80

Ficha Técnica

ISBN 978-65-89705-43-7
Ano de Publicação 2025
Edição
Páginas 376
Dimensões 13,3 × 21,0 cm

sobre os autores

Alfred Döblin

Alfred Döblin

Alfred Döblin (1878–1957) nasceu em Stettin, às margens do rio Oder. Formado em medicina, iniciou a carreira em clínicas psiquiátricas e, a partir de 1911, estabeleceu seu próprio consultório em Berlim, conciliando a prática médica com a escrita literária. Seu primeiro grande romance, Die drei Sprünge des Wang-Lun [Os três saltos de Wang-Lun] (1915–16), lhe rendeu reconhecimento imediato como romancista de fôlego. Em 1929, publicou Berlin Alexanderplatz, obra-prima que retrata o submundo berlinense da República de Weimar e que se tornaria um dos romances mais influentes da literatura doséculo xx, consolidando Döblin como figura central do Modernismo europeu. Com a ascensão do nacional-socialismo em 1933, foi obrigado a fugir de Berlim para Zurique. Em seguida fixou-se na França, onde, em meio a dificuldades materiais, seguiu escrevendo e convivendo com intelectuais exilados. A ocupação nazista o levou aos Estados Unidos, onde se integrou à diáspora alemã em Los Angeles e Nova York, retomando também a prática médica em paralelo à literatura. Após a guerra, retornou à Alemanha, mas encontrou um ambiente hostil e de difícil reintegração. Em 1953, desencantado com a vida cultural alemã do pós-guerra, mudou-se com a família para Paris, onde viveu seus últimos anos. Faleceu em 1957, em Emmendingen, após um período de internação em decorrência do mal de Parkinson.

Tradução

Luis S. Krausz

Luis S. Krausz

Luis S. Krausz é professor de Literatura Hebraica e Judaica da usp, ensaísta e tradutor. Publicou livros como Entre exílio e redenção: aspectos da literatura de imigração judaico"-oriental (2019) e Santuários heterodoxos: heresia e subjetividade na literatura judaica da Europa Central (2017).