Alfred Döblin (1878–1957) nasceu em Stettin, às margens do rio Oder. Formado em medicina, iniciou a carreira em clínicas psiquiátricas e, a partir de 1911, estabeleceu seu próprio consultório em Berlim, conciliando a prática médica com a escrita literária. Seu primeiro grande romance, Die drei Sprünge des Wang-Lun [Os três saltos de Wang-Lun] (1915–16), lhe rendeu reconhecimento imediato como romancista de fôlego. Em 1929, publicou Berlin Alexanderplatz, obra-prima que retrata o submundo berlinense da República de Weimar e que se tornaria um dos romances mais influentes da literatura doséculo xx, consolidando Döblin como figura central do Modernismo europeu. Com a ascensão do nacional-socialismo em 1933, foi obrigado a fugir de Berlim para Zurique. Em seguida fixou-se na França, onde, em meio a dificuldades materiais, seguiu escrevendo e convivendo com intelectuais exilados. A ocupação nazista o levou aos Estados Unidos, onde se integrou à diáspora alemã em Los Angeles e Nova York, retomando também a prática médica em paralelo à literatura. Após a guerra, retornou à Alemanha, mas encontrou um ambiente hostil e de difícil reintegração. Em 1953, desencantado com a vida cultural alemã do pós-guerra, mudou-se com a família para Paris, onde viveu seus últimos anos. Faleceu em 1957, em Emmendingen, após um período de internação em decorrência do mal de Parkinson.