Investigação sobre o entendimento humano

Investigação sobre o entendimento humano

"Investigação sobre o entendimento humano" [1748] foi o resultado do esforço de Hume de revisar sua primeira obra filosófica. Seu conteúdo corresponde resumidamente ao livro primeiro do "Tratado da natureza humana", porém aqui o autor busca conciliar a temática complexa e profunda com a escrita elegante e atraente. Nesta investigação se encontra sua célebre crítica da causalidade, segundo a qual a relação de causa e efeito consiste na conjunção de um deles, dado o outro. Essa tese vai de encontro à filosofia racionalista de origem cartesiana, pois de acordo com esta, o conhecimento certo é aquele cujo contrário não pode ser concebido clara e distintamente. Já a doutrina humiana da causalidade tem como consequência que a concepção do contrário de um fato nunca implica contradição. Não é possível, portanto, demonstrar nada que seja relativo a questões de fato. Por conseguinte, não há mais conhecimento certo sobre fatos, mas apenas conhecimento provável.

R$ 78,64

Ficha Técnica

ISBN 978-85-7715-141-7
Ano de Publicação 2011
Edição
Páginas 224
Dimensões 11,5 × 17,5 cm
Idioma Português

sobre os autores

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David Hume

David Hume (Edimburgo, 1711–1776) foi um dos mais eminentes filósofos escoceses do século xviii, desfrutando de fama comparável apenas à de Adam Smith. De família tradicional de juristas, estava destinado a seguir a mesma carreira, mas, antes de concluir a universidade, decidiu prosseguir nos estudos em filosofia e letras clássicas por conta própria. Aos 21 anos, em La Flèche, na França, inicia sua primeira obra filosófica, o Tratado da natureza humana, publicado entre 1739 e 1740, já em Londres. Considerado o principal feito filosófico de Hume, o Tratadonão alcançou grande sucesso à época, o que o levou a escrever de maneira mais simples e elegante. É curioso que, em seu próprio século, Hume tenha sido mais reconhecido como historiador do que como filósofo. Sua História da Inglaterra, publicada em seis volumes, foi obra de referência até fins do século seguinte. No entanto, atualmente sua celebridade se mantém em virtude dos escritos filosóficos: os Ensaios morais, políticos e literários, os Diálogos sobre a religião natural, a Investigação sobre os princípios da moral, -e principalmente oTratado da natureza humana e a Investigação sobre o entendimento humano. Neles, o autor põe em xeque a filosofia racionalista até então predominante, de matiz cartesiano, ao afirmar que a inferência causal se funda no hábito, não numa operação da razão. Isso fez com que Hume fosse considerado ímpio e ateísta, pois uma das consequências dessa doutrina é a impossibilidade de provar a existência de Deus, que somente pode ser objeto de fé.