Conversas com curadores e críticos de arte (Renato Rezende; Guilherme Bueno. Editora Circuito) [ART044000]

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    Edição: 1
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    Desde seu início estabelecida em um cenário em que a necessidade de enfrentar ou superar a modernidade já se configurava como um problema pertencente à história, cabia examinar ao que corresponderia essa nova condição contemporânea dotada de um “passado” canônico. O grupo de autores entrevistados tem sua atuação iniciada entre o final dos anos 1990 e a primeira década do século XXI, e, visto sob este aspecto, não só assimilou a arte dos anos 1950 em diante conscientemente “filtrada” por uma fortuna crítica e historiográfica.Interessava-nos, sobretudo, observar caminhos propostos tanto para se discutir a arte acompanhada no calor da hora quanto aquela outra que lhes chegara sempre como assimilada pela história. No contexto brasileiro, isso envolve questões desafiadoras, como, por exemplo, o significado de ainda se querer ou, ao contrário, se desvencilhar, de noções de “brasilidade” ou de “arte brasileira” (propondo-as, por vezes, em outras bases que não aquelas advindas do modernismo) ou os modos de assimilação internacional da arte brasileira hoje. Questões ou conceitos em voga nesse arco temporal também foram levantados (em alguns casos, discussões em torno da “estética relacional” de Bourriaud são ilustrativas), ao revelar uma postura atenta e densa. A motivação do livro foi reiterar – diferentemente do que insiste um senso comum conservador – a existência de um pensamento articulado e original nas artes visuais, refutando, pois, clichês como aqueles da “ausência de critérios” ou de “vale-tudo” que tanto regozijam ou deleitam um parcela ainda (surpreendentemente) ciosa de recusar as discussões do presente. Por outro lado, parecia-nos também a oportunidade de discutir junto com os entrevistados o significado de uma década (ou quase) de produção intelectual, tanto do ponto e vista pessoal com suas convicções e dúvidas, quanto das transformações do cenário artístico e os dilemas que invariavelmente permeiam o dia-a-dia.[…]Renato Rezende e Guilherme Bueno (na introdução do livro)