Sobre a utilidade e a desvantagem da história para a vida

Sobre a utilidade e a desvantagem da história para a vida

Obra fundamental para compreender a filosofia da história e a filosofia da cultura em Nietzsche, “Sobre a utilidade e a desvantagem da história para a vida”, publicada em 1874, é a segunda das quatro considerações extemporâneas do autor, série de livros caracterizada pelo desejo de “intervir extemporaneamente — isto é, contra a época, sobre a época e a favor de uma época futura”.
Nesta consideração, são discutidos os princípios, limites e objetivos do saber histórico. Contudo, as invectivas de Nietzsche não se dirigem apenas à cultura histórica do século XIX, mas também às próprias concepções de ciência e de conhecimento que permeiam essa pesquisa e têm consequências na cultura como um todo. Para o filósofo, tratar a história com a pretensão da suposta objetividade é mera erudição sem relação com a vida e com a renovação da cultura — é apenas uma forma de conhecimento que não conduz à ação. A história como ciência objetiva não é apenas erro e ilusão: é desserviço à vida.
Não será à toa, portanto, que Nietzsche exortará, ao final desta consideração, a juventude a libertar-se da educação histórica que lhe é impingida e a praticar a história a serviço da vida, por meio dos pontos de vista a-histórico — “a arte e a força de poder esquecer”, isto é, a capacidade de abandonar a memória coletiva — e supra-histórico — a percepção do que “dá à existência o caráter da eternidade e identidade, a arte e a religião”.
Apesar da tímida recepção na época de sua publicação, “Sobre a utilidade e a desvantagem da história para a vida” tornou-se, com o passar do tempo, um texto incontornável na obra de Nietzsche pelas provocações, complexidades e ambiguidades que contém.

R$ 59,00

Ficha Técnica

ISBN 978-85-7715-768-6
Ano de Publicação 2024
Edição
Páginas 122
Dimensões 14,0 × 20,0 cm
Idioma Português

sobre os autores

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Friedrich Nietzsche

Friedrich Nietzsche (Röcken, 1844–Weimar, 1900), filósofo e filólogo alemão, foi crítico mordaz da cultura ocidental e um dos pensadores mais influentes da modernidade. Descendente de pastores protestantes, opta no entanto por seguir carreira acadêmica. Aos 25 anos, torna-se professor de letras clássicas na Universidade da Basileia, onde se aproxima do compositor Richard Wagner. Serve como enfermeiro voluntário na guerra franco-prussiana, mas contrai difteria, a qual prejudica a sua saúde definitivamente. Retorna a Basileia e passa a frequentar mais a casa de Wagner. Em 1879, devido a constantes recaídas, deixa a universidade e passa a receber uma renda anual. A partir daí assume uma vida errante, dedicando-se exclusivamente à reflexão e à redação de suas obras, dentre as quais se destacam:O nascimento da tragédia (1872),Assim falava Zaratustra (1883–1885), Para além do bem e mal (1886),A genealogia da moral (1887) e O anticristo (1895). Em 1889, apresenta os primeiros sintomas de problemas mentais, provavelmente decorrentes de sífilis. Falece em 1900.

Tradução

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André Luis Mota Itaparica

André Luis Mota Itaparica é doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (usp) e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (ufrb). É autor deNietzsche: Estilo e moral (Discurso/Unijuí, 2001), Verdade e linguagem em Nietzsche (Edufba, 2014), numerosos artigos e contribuições a obras sobre Nietzsche, Crítica da Moral, Idealismo, Realismo, Natureza, Cultura etc.