Heinrich Heine (Düsseldorf, 1797–Paris, 1856) é um dos maiores nomes da literatura alemã. Seus primeiros poemas são publicados já em 1817, num jornal de Hamburgo. Em 1824 surge a coletânea lírica Trinta e três poemas, na qual se inclui a canção “Loreley”, uma das mais célebres de toda a literatura alemã. Neste mesmo ano faz uma viagem a pé pela região do Harz (norte da Alemanha), e em seguida visita Goethe em Weimar. Dois anos mais tarde publica a narrativa Viagem pelo Harz, elaboração poética das observações, experiências e reflexões feitas durante a caminhada. Em outubro de 1827 vem a lume novo volume lírico, Livro das canções, acolhido entusiasticamente pela juventude alemã, e que se torna, ao longo dos anos, uma fonte de inspiração para vários compositores de Lieder, “canções”. Em 1831, após concluir a quarta e última parte de seus Quadros de viagem, emigra para Paris, de onde passa a enviar artigos para um influente jornal liberal alemão, Augsburger Allgemeine Zeitung. Com suas obras, artigos e intervenções busca promover o intercâmbio cultural e a aproximação entre a França e a Alemanha, como atestam as seguintes palavras de Balzac: “Heine representa em Paris o espírito e a poesia da Alemanha, assim como encarna na Alemanha a crítica francesa mais viva e espirituosa”. Depois de 12 anos de ausência, retorna à Alemanha para visitar sua mãe em Hamburgo. Elabora as impressões de viagem no longo poema “Alemanha, um conto de inverno”, obra considerada por muitos como a maior sátira da literatura moderna. Em 1840, o governo francês concede-lhe uma pensão no valor de 400 francos mensais, o equivalente ao salário de um professor universitário bem remunerado, mas apesar de seu prestígio na França, Heine tem a prisão decretada em vários estados da Alemanha e suas obras são cada vez mais visadas pela censura. Em 1848, a já abalada saúde do autor piora sensivelmente e a partir de então se vê preso ao que chamou de sua “cripta de colchões”, vítima de uma doença degenerativa que provoca dores atrozes, obrigando"-o a tomar altas doses de morfina. Contudo, sua produção literária prossegue intensa até os últimos dias de vida. Falece em 17 de fevereiro de 1856 e três dias depois é sepultado no cemitério de Montmartre.