Ryûnosuke Akutagawa (Tóquio, 1892–id. 1927) é o grande expoente do moderno conto japonês. Nasceu no bairro Kyôbashi, na cidade baixa, filho de um pai extremamente rígido e de uma mãe louca, sob a égide de filho do Dragão. Adotado pelos tios maternos, mais cultos, deixou de utilizar o sobrenome do pai, Niihara. Ainda criança, entrou em contato com traduções de Ibsen e Anatole France. Na primeira juventude, traduziu Yeats, e especializou-se em Literatura Inglesa na Universidade Imperial de Tóquio, período em que se tornou discípulo do escritor japonês Sôseki Natsume (1867–1916) e passou a escrever os primeiros de seus cento e cinquenta textos curtos em prosa. Aos 26 anos, casou-se com Fumiko Tsukamoto, com quem teve três filhos. Na década de 1920, sua obra passa a revelar fortes traços autobiográficos: a loucura, o suicídio, a ética cristã, os antigos costumes japoneses e a modernização do período Meiji (1868–1912), num profundo conflito em busca de uma solução moral definitiva. Suicidou"-se aos 35 anos com uma dose de Veronal.