Murray Bookchin (Nova York, 1921–Burlington, 2006) foi um militante e pensador anarquista que desenvolveu ideias inovadoras no campo da ecologia social, da democracia direta e do municipalismo libertário. Passou pelo marxismo-leninismo, pelo trotskismo e, como trabalhador da General Motors, participou do movimento sindical. Abandona o trotskismo e envolve-se com a pesquisa da ecologia, publicando The Problem of Chemicals in Food (1952). No final dos anos 1950, frequenta reuniões da Libertarian League em Nova York e, convencido da importância da descentralização, é conduzido ao anarquismo, aprofundando as reflexões em torno da ecologia social e da sociedade hierárquica, que serão mais tarde tratadas em The Ecology of Freedom (1982). Em “Post-Scarcity Anarchism” (1968), formula ideias sobre a “pós-escassez” e sustenta que as inovações tecnológicas facilitariam o comunismo libertário. Defende a espontaneidade e a organização, sem considerá-las antíteses. Motivado com os estudos acerca da democracia ateniense, passa a defender a democracia direta como pilar do anarquismo, aprofundando as discussões em “Forms of Freedom” (1968). No início dos anos 1970, envolve-se com os East Side Anarchists de Nova York e com a revista Anarchos, onde surgem as ideias do municipalismo libertário, que serão aprofundadas em The Rise of Urbanization and Decline of Citizenship (1987),Urbanization Against Cities (1992) e em From Urbanization to Cities (1995). De 1983 a 1990, produz significativo material sobre o tema e forma um grupo municipalista em Burlington, Vermont. Nos anos 1990, faz uma crítica à influência que o individualismo vinha exercendo sobre o anarquismo em Anarquismo social ou anarquismo de estilo de vida, e envolve-se em uma extensa polêmica com grande parte do anarquismo norte-americano. Em 1996, esgota-se da polêmica e, em 1999, rompe com o anarquismo, propondo uma nova ideologia, o comunalismo, uma espécie de síntese do anarquismo e do marxismo. Falece em 2006 por problemas cardíacos.