Mary Shelley
Mary Wollstonecraft Shelley (Londres, 1797–Bournemouth, 1851) será sempre lembrada por seu romance de estreia e mais conhecida criação, o clássico Frankenstein, ou o Prometeu Moderno (1818). Filha de duas grandes figuras literárias da Inglaterra de fins do século xviii— a protofeminista Mary Wollstonecraft (autora de A Vindication of the Rights of Woman, que morreria meses depois de dar à luz a filha Mary) e o romancista, filósofo político e pedagogo William Godwin (autor do conhecido Things as They Are; or The Adventures of Caleb Williams) —, Mary cresceria cercada do melhor do pensamento radical e artístico europeu em um período fundamental para a história europeia e mundial. Dentre os entusiastas dos acontecimentos de França e críticos do poder monárquico inglês presentes aos debates e encontros na casa de Godwin, estava o poeta Percy Bysshe Shelley (1792–1822), que da admiração ao pai passaria a um caso e, precocemente viúvo, ao casamento com a filha. A relação entre Shelley e Mary seria importantíssima para o desenvolvimento literário da escritora: sem o encorajamento (e, segundo consta, também a pena e os primeiros cuidados editoriais) do poeta, é possível que Frankenstein — concebido durante viagem do casal à Suíça, onde frequentavam a casa de Lord Byron (1788–1824) — jamais tivesse vindo a lume. Já sem Shelley, morto em um naufrágio na Itália, em 1822, e decidida a viver da própria escrita, Mary produziria outros cinco romances, dentre os quais o romance históricoValperga; or the Life and Adventures of Castruccio, Prince of Lucca (1823) e o romance apocalíptico e, para alguns, precursor da ficção científicaThe Last Man (1825), ambos forjados no mesmo caldeirão político deFrankenstein, além de literatura de viagem e trabalhos editoriais, como a organização dos escritos do pai. No entanto, nenhuma das obras da escritora alcançaria a notoriedade de Frankenstein, que a partir da década de 1820 seria levado aos teatros (fundamentais para a transformação futura do romance em obra fílmica) e à apreciação do grande público. Mary Shelley morreria, possivelmente vítima de um tumor cerebral, em 1851.
Livros
Nenhum livro encontrado para este autor.