Karel Tchápek (Boêmia, 1890–Praga, 1938) é um dos mais celebrados autores tchecos do século xx. Romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta, Tchápek foi também contista de talento notável, deixando uma vasta produção. Karel saiu jovem de sua cidade natal, situada ao norte da Boêmia. Aos onze anos, foi enviado ao ginásio em Hradec Králové, onde começou a escrever os primeiros textos. Em 1904, na cidade de Brno, publicou dois poemas no semanário Domingo. Em Praga, estudou filosofia e estética e começou a colaborar nos diários mais influentes da capital tcheca com artigos sobre literatura e arte. Também teve uma passagem acadêmica na França e Alemanha, onde estudou a cultura germânica. Homem de pensamento livre, tornou-se o representante máximo da cultura democrática de seu país, advertindo os compatriotas e o mundo a respeito do perigo dos fundamentalismos ideológicos, que varreriam a democracia e a cultura humanística tanto do Velho Continente quanto de qualquer outro ponto no mapa-múndi. Tchápek e seu irmão Josef combateram abertamente o nazismo e qualquer forma de totalitarismo, e chegaram a ser declarados inimigos públicos de Berlim. Josef, pintor e escritor, foi enviado em 1939 para o campo de concentração de Bergen-Belsen, de onde nunca retornou. Tchápek faleceu em decorrência de uma pneumonia, três meses após a anexação dos Sudetos pelo regime nazista.