Cartas a favor da escravidão

Cartas a favor da escravidão

José de Alencar, um dos autores mais lidos do século XIX, aparece em "Cartas a favor da escravidão" com uma faceta menos conhecida: tentando demonstrar a D. Pedro II que a manutenção da escravatura servia melhor à nação do que seu fim — onde expõe os principais traços argumentativos que justificam uma instituição hoje universalmente condenada. Após terem sido expurgados de sua obra, esses sete textos políticos antiabolicionistas de Alencar são pela primeira vez reeditados desde o século XIX. Em franca oposição ao imperador, as cartas foram publicadas à época sob o título "Ao imperador: novas cartas políticas de Erasmo" (1867–1868). Após a abolição nos Estados Unidos (1865), a escravidão brasileira vinha sofrendo intensa pressão internacional e doméstica. A presente publicação fornece um precioso material ao público interessado nos atuais debates sobre relações raciais no país, sendo incontornável para a nossa historiografia política e literária, bem como para o pensamento da história das relações raciais e escravidão no Brasil e no mundo.

R$ 69,28

Ficha Técnica

ISBN 978-85-7715-640-5
Ano de Publicação 2020
Edição
Páginas 180
Dimensões 13,3 × 21,0 cm
Idioma Português

sobre os autores

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José de Alencar

José Martiniano de Alencar (Mecejana, 1829–Rio de Janeiro, 1877), romancista, dramaturgo e político, destacou-se como um dos mais brilhantes homens de letras do Brasil no século xix. Lembrado hoje, sobretudo, como o autor deO Guarani ( 1857), Iracema (1865) e Senhora (1875), Alencar dedicou quase um terço de sua vida intelectualmente produtiva à atividade parlamentar, elegendo-se quatro vezes deputado geral e ocupando por três anos o cargo de ministro da Justiça (1868–1870), quando quase se tornou senador. Na década de 1870, em que o Romantismo, a monarquia e a escravidão foram submetidos a uma intensa revisão crítica no país, passou a sofrer poderosos ataques de inimigos na literatura e na política. Após grave acometimento de tuberculose, veio a falecer deixando um rico espólio de mais de vinte romances, quase uma dezena de peças teatrais, textos de crítica literária, estudos jurídicos, ensaios políticos e artigos de jornal.

Organização

Tâmis Parron

Tâmis Parron

Tâmis Parron, formado em jornalismo e história pela Universidade de São Paulo (usp), organizou a edição de Iracema, de José de Alencar (Hedra, 2006). Atualmente, finaliza o mestrado A política da escravidão no Império do Brasil, e escreve em co-autoria com Rafael de Bivar Marquese e Márcia Berbel um livro de história comparada sobre a defesa política do sistema escravista na monarquia brasileira e no império espanhol, no âmbito do Projeto Temático “Formação do Estado e da Nação: Brasil, c. 1780–1850” (Fapesp).
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Ieda Lebensztayn

Ieda Lebensztayn é pesquisadora de pós-doutorado na Biblioteca Brasiliana Mindlin, (Processo q 166032/2015-8), com estudo a respeito da recepção literária de Machado de Assis. Doutora em Literatura Brasileira. Fez pós-doutorado no sobre a correspondência de Graciliano Ramos. Autora de Graciliano Ramos e a Novidade: o astrônomo do inferno e os meninos impossíveis (Hedra, 2010). Organizou, com Thiago Mio Salla, os livros Cangaços e Conversas, de Graciliano Ramos, publicados em 2014 pela Record.