Razão sangrenta

Razão sangrenta

Ensaios sobre a crítica emancipatória da modernidade capitalista e de seus valores ocidentais

Lançado na Alemanha em 2004, esta obra consiste numa reunião de quatro ensaios de Robert Kurz, originalmente publicados, respectivamente, nos números 25, 26, 27 e 13 da revista alemã Krisis: Vinte teses contra o assim chamado Esclarecimento e os 'valores ocidentais' (2002), Ontologia negativa (2003), Tábula Rasa (2003) e Dominação sem sujeito (1993). Apesar do intervalo temporal que poderia dar a impressão de um certo distanciamento entre os três primeiros e o último dos textos, eles se encontram intimamente ligados e o laço comum que os une é a crítica ao Esclarecimento ou Iluminismo.O acirramento das posições acerca do alcance da crítica ao Esclarecimento já vinha se fermentando no interior da Krisis e, ao que tudo indica, teve com o número 27 e o ensaio Tábula Rasa o estopim desencadeador da separação e da criação da Exit!. A crítica do Esclarecimento de Kurz, que se encontra no presente livro, pode ser remontada à crítica do trabalho conduzida pelo grupo da revista Krisis, consubstanciada, por exemplo, no Manifesto contra o trabalho, de 1999. Ulteriormente desenvolvida, a crítica do trabalho se ampliou, especialmente nestes três ensaios de Kurz, no sentido de uma crítica do Esclarecimento. Kurz passa a elaborar então uma crítica da ontologia burguesa da história, da ontologia do progresso, do próprio pensamento iluminista enquanto expressão teórica da abstração prática do valor. A esses três artigos, Kurz considerou pertinente agregar um outro mais antigo, Dominação sem sujeito, que, dirigindo-se a um dos pilares da construção teórica iluminista, o sujeito, já contém elementos de uma crítica dos fundamentos da modernidade e se relaciona estreitamente com os demais.

R$ 119,00

Ficha Técnica

ISBN 978-85-7715-209-4
Ano de Publicação 2010
Edição
Páginas 298
Dimensões 11,5 × 17,5 cm
Idioma Português

sobre os autores

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Robert Kurz

Robert Kurz (Nuremberg, Alemanha 1943– ) é crítico social, jornalista e autor de textos nas áreas de cultura e economia. Na década de 1960 estudou filosofia, história e pedagogia. Nos anos 1970 participou de um grupo comunista alemão (Kommunistischer Arbeiterbund Deutschlands—kabd). Na década de 1980, foi um dos fundadores e editores da Krisis, uma revista que começou a ser publicada em 1986 em Nuremberg, inicialmente com o título de Marxistische Kritik (Crítica Marxista). Kurz integrou a revista Krisis até 2004, quando houve uma divisão interna, surgindo com isso dois grupos; enquanto Krisis continuou a ser publicada, Robert Kurz e outros criaram a revistaexit!. Seja no período em que foi membro da Krisis ou, atualmente, como integrante daexit!, Kurz tem publicado prolificamente: ensaios nessas revistas, livros, pequenos artigos para diversos órgãos de comunicação. Os temas por ele tratados abrangem um escopo amplo e as análises trespassam a economia, a filosofia, a sociologia e a crítica cultural. No Brasil, foram publicados os seguintes livros do autor: O colapso da modernização: da derrocada do socialismo de caserna à crise da economia mundial (Paz e Terra, 1992), O retorno de Potemkin: capitalismo de fachada e conflito distributivo na Alemanha (Paz e Terra, 1993), as coletâneas Os últimos combates (Vozes, 1997) eCom todo vapor ao colapso (Editoraufjf/Pazulin, 2004), bem como a obra coletiva Manifesto contra o trabalho (labur/Depto. de Geografia/fflch/usp, Cadernos dolaburnº 2, jul. 1999 — e, também, Conrad do Brasil, 2003), do antigo grupo Krisis.

Tradução

Fernando de Moraes Barros

Fernando de Moraes Barros

Fernando de Moraes Barros é doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (usp) e professor da Universidade Federal do Ceará (ufc). É tradutor de A filosofia na era trágica dos gregos (Hedra, 2008) eSobre verdade e mentira (Hedra, 2007), ambos de Nietzsche. É autor de A maldição transvalorada – o problema da civilização em O anticristode Nietzsche (Discurso/Unijuí, 2002) e O pensamento musical de Nietzsche (Perspectiva, 2007).