Contos e novelas: obras escolhidas

Contos e novelas: obras escolhidas

Contos e novelas reúne narrativas curtas de Júlia Lopes de Almeida, extraídas de duas de suas obras: “Ânsia eterna” (1903) e “A isca” (1922). Da primeira, fortemente influenciada pelo escritor francês Guy de Maupassant, foram selecionados dez contos, marcados pelo insólito e pelo fantástico. Da segunda, que reunia originalmente quatro novelas, foram selecionadas duas que apresentam algumas das características da narrativa de Júlia Lopes e dos temas que permeiam sua obra. Com tintas do naturalismo e do realismo francês, sua prosa tem traços da objetividade, do antropocentrismo e do cientificismo que fizeram escola no século XIX. Não ficam de fora, no entanto, as críticas à sociedade brasileira: o lugar da mulher na sociedade patriarcal, os conflitos familiares, as marcas da escravidão e os contrastes sociais, políticos e econômicos resultantes da modernização são temas recorrentes.
R$ 69,49

Ficha Técnica

ISBN 978-65-89705-26-0
Ano de Publicação 2021
Edição
Páginas 190
Dimensões 13 × 21 cm
Idioma Português

sobre os autores

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Júlia Lopes de Almeida

Júlia Lopes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de setembro de 1862. Considerada um verdadeiro fenômeno literário, escreveu romances, contos, novelas, peças teatrais, crônicas, ensaios, livros didáticos e infantis. Estreou como escritora em 1881, incentivada pelo pai, com a crônica sobre a atriz italiana Gemma Cuniberti, publicada na Gazeta de Campinas, e atuou como cronista nos mais importantes jornais do país. Entusiasta da modernidade e das mentalidades daquele período de efervescência cultural e intenso otimismo, formou em seus textos um amplo painel da Belle Époque carioca. Seu primeiro romance, Memórias de Marta, foi publicado em folhetim, naTribuna Liberal, do Rio de Janeiro, de 1888 a 1889. Nele, registrou as condições desumanas vivenciadas pelos moradores de cortiços. Depois, publicou A família Medeiros, A viúva Simões, A falência, A intrusa, Cruel amor, Correio da roça, A Silveirinha, Pássaro tonto e O funil do diabo. Em parceria com o marido, o poeta português Filinto de Almeida, publicou A casa verde, sob o pseudônimo A. Julinto. Com a irmã Adelina Lopes Vieira, escreveu Contos infantis, livro destinado ao uso nas escolas primárias. Em seu casarão no bairro de Santa Teresa, oferecia celebrados saraus nos jardins, então conhecidos como Salão Verde. Atuou ativamente no meio literário, jornalístico e intelectual brasileiro, e foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, porém não integrou a lista oficial por ser mulher. Lutou pela emancipação feminina, aconselhou mulheres a trabalharem e terem sua própria fonte de renda para não dependerem dos homens, criticou filósofos misóginos, contestou severamente a falta de educação para as mulheres, mas, sobretudo, o tipo de educação que recebiam em casa, destinada apenas ao casamento e à futilidade. Morreu em 1934 e, desde então, foi gradativa e injustamente alijada da memória e história literárias.